quinta-feira, 8 de abril de 2021

Só Um Texto

Música eu curto desde criança. Lembro-me de que aos cinco anos já assistia aos programas da Jovem Guarda na televisão e que aos seis, quase sete anos, descia a rua onde morava em direção à escola cantando Alegria Alegria do Caetano. Assisti todos os festivais da MPB que passaram na extinta TV Excelsior, canal 9, e na Record, canal 7, ambas de São Paulo. Nessa época, tínhamos um piano em casa e minha mãe me obrigou a fazer o curso, coisa que só consegui até aos nove anos, pois não consegui assimilar a mudança das notas da clave de sol para a da fá. Lá pelos onze ou doze anos, uma tia que morava conosco (Tia Lucy), começou a trabalhar na Gravadora Continental e trazer para casa exemplares dos discos que ganhava lá. Entre outros, trouxe o Exile On Main St. dos Stones, e o Europe 72 do Grateful Dead. Só que eu ainda não conseguia entender esse tipo de som. Gostava mais de Bread, Alice Cooper, Secos e Molhados e de alguns discos de música Black. Quando estava na terceira série do ginásio, conheci um carinha que já curtia algo mais pesado e transado. Era o Carlinhos Morcego. Ele me apresentou os discos do Deep Purple, Grand Funk, J. Geils Band, Black Sabbath, Pink Floyd e Led Zeppelin. Nessa época curtíamos os famosos bailinhos em casa de família, pois ainda não existiam os salões de rock. Isso só veio muito mais prá frente (fui a todos, Led Slay, Fofinho, Templo do Rock, Heavy Metal, só pra citar alguns). O tempo foi passando e eu me tornando cada vez  mais rockeiro. Confesso que durante um tempo fui meio obtuso e não conseguia ver que a música é uma coisa muito abrangente. Com o tempo e com a idade, consegui enxergar mais além e aí aconteceu algo inacreditável para mim, fui trabalhar um uma loja de discos na Galeria do Rock, isso em 1984 (trabalhei nessa mesma loja outra vez nos anos 2000). Eu já frequentava o ambiente a um bom tempo e pude acompanhar uma série de mudanças que começaram a acontecer. No som, nas vestimentas e no comportamento das pessoas. Começaram a aparecer os Punks e os Heavys, depois os Emos e os regueiros. Agora não era mais uma questão só de gosto musical e sim de comportamento. Ou você era isso ou aquilo. Assisti ao nascimento e a falência de grandes lojas de discos, elas sempre foram minha obsessão. Sempre imaginei uma loja de discos como uma grande biblioteca musical e como sempre gostei de livros e discos comecei a coleciona-los. Tive grandes quantidades de livros, LP’s e CD’s, nacionais e importados. Hoje tenho apenas alguns livros e CD’s originais e muito MP3. Mas apesar da qualidade do que tive ou tenho, sempre quis que muitas pessoas, o maior número possível, conhecessem o que eu gosto. Foi assim que em 2005, por inspiração dos blogs Lágrima Psicodélica e Loronix, comecei meu blog. Sempre me pautei por ser eclético, pois a música assim o é. E tudo isso foi escrito para que vocês entendam um pouco do que é a bagunça desse blog. Aqui tem rock (em todas suas vertentes), blues, jazz, MPB, samba... Sempre procuro apresentar o melhor. Espero estar colaborando com seu conhecimento musical. Nessa pandemia desejo saúde e boa música a todos.Cuidem-se.

5 comentários:

rigo sao carlos disse...

seu blog e uma mina de ouro,parabens.

Paulo H G Ramos Jr disse...

Bom dia.
Muito obrigado por esse blog espetacular.

Caruso disse...

espetacular seu trabalho, acompanho ha um tempo,obrigado por tudo!

Dragão da Beira disse...

Adoro o seu blog, agora se me permite uma sugestão, gostava muito mais do seu anterior cabeçalho com a miúda pirata gostosona. Quanto às minhas preferências musicais, sou eclético como você, ma non tropo. Curto blues, rock, jazz, música de fusão à la Frank Zappa e só coleciono álbuns originais de estúdio e álbuns gravados ao vivo (live) originais. Não gosto de bootlegs devido á fraca qualidade da grande maioria deles e não gosto de antologias tenham ou não a chancela dos artistas ou das empresas fonográficas. O seu blog é para mim uma visita quase diária obrigatória. Posto isto, muito obrigado pelo seu espírito de partilha. Sei que as coisas não vão lá muito bem no Brasil com a pandemia, mas bons tempos virão e toda esta dôr e paranóia serão ultrapassadas para podermos continuar a viver em paz e com saúde. Um grande abraço de Portugal. Enquanto lhe envio este comentário, tenho estado a ouvir o Corazon de Santana, de 2014. Antes estive a reescutar pela enésima vez o Quo dos Satus Quo e o Blue For You dos mesmos. Saudações roqueiras, bom amigo.

L Albuquerque disse...

Que massa, só posso dizer isso do teu comentário! Da cena musical eu participei uns curtos anos do meio rock'n Roll de Floripa (por volta de 1991-1994). Do blog, eu venho curtindo ele de forma anônima há uns bons anos. De discos infelizmente, minha coleção de vinis se foi há muito tempo e hj guardo com carinho uns 500 cds originais que sobraram. Felizmente surgiu o MP3, que só ocupa espaço virtual, e pra me assegurar da perpetuação dos arquivos eu mantenho um backup do backup do HD original, super organizados, nomeados, etc. Da atitude rock'n Roll, acho que ainda tenho a sensibilidade que só a experiência de muitos anos de riffs de guitarra na cabeça ensinam. E em tudo isso eu agradeço aos blogs como o teu, o Lágrima, e um punhado de gringos, que mantém essa chama acesa!