A mais bossa nova das gravadoras não ficou marcada apenas por ter lançado grandes títulos do gênero, mas por criar uma nova linguagem para as capas dos LP’s, um novo conceito que revolucionaria o mercado de discos nos anos 60. Desde então, o disco deixou de ser visto apenas como mais um artigo de consumo e ganhou status de objeto de desejo, algo que dava prestígio ao seu proprietário.
O boom criativo da Elenco durou pouco, apenas quatro anos – em 1968, ela deixou de ser uma gravadora independente para virar um selo da Philips. Controlada por uma multinacional e já sem o comando de Oliveira, perdeu boa parte do brilho até ser fechada definitivamente em 1971. Nunca na história deste país houve uma gravadora como a Elenco.
Aloysio de Oliveira – Em 1963 casou-se com Sylvia Telles, cantora lançada por ele e de quem produziu discos e fundou a Gravadora Elenco, especializada em discos de alta qualidade artística. Lançou diversos artistas em discos solo, como Edu Lobo, Nara Leão, Nana Caymmi, Vinicius de Moraes (como cantor) – aliás, o primeiro LP da Elenco foi “Vinicius & Odete Lara” – além de produzir álbuns antológicos, como “Caymmi Visita Tom”, “Vinicius e Caymmi no Zum Zum”, “Edu & Bethânia”, “Maysa” (ao vivo no Au Bom Gourmet), entre outros. Foi ainda nos anos 60 que Aloysio compôs diversas canções célebres em parceria com Tom Jobim, como Dindi, Só tinha que ser com você e Inútil Paisagem, entre outras, até 1968 quando a Elenco foi extinta.
As imagens criadas por César Villela para o selo Elenco marcaram uma estética nova no design gráfico brasileiro e se tornaram sinônimo da bossa nova e da elite intelectual carioca dos anos 1960. O preto e o branco predominavam nas capas produzidas por Villela, que em sua maioria eram pontuadas por pequenos detalhes em vermelho. Responsável por capas de artistas como Tom Jobim, Nara Leão, Vinicius de Moraes, Baden Powell e Maysa, Villela ajudou a bossa nova a conquistar o Brasil – e o mundo – com a elegância e a ousadia que tanto marcam o estilo.
“Eu e o fotógrafo Chico Pereira, que fazia as fotos dos artistas, não recebíamos nada para fazer nosso trabalho, pois acreditávamos naquilo.”
Fonte: O Baú dos Discos (uma pena o blog estar sem atualizações desde 01/2013)
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